Andar de skate é tomar impulso, atrevessar a rua, subir e descer as calçadas, dropar de um lugar alto, improvisar, equilibrar, saber cair e depois levantar.
É consertar o erro a tempo, prestar atenção ao que vem a sua frente, seja um cooping ou uma pedra na rua. É prever a distância e a velocidade necessária.
Andar de skate é bater palmas para o amigo que aprendeu a pular um skate de ollie e gritar quando alguém dropa de uma mini ramp pela primeira vez.
Skate é coragem, força de vontade, é a expressão livre do corpo, quase sem limites, sem regras, sem padrões.
É não se importar se o colega de session é branco ou negro, pobre ou rico, nordestino ou gaúcho: é entender que todos são humanos.
Andar de skate é ver o mundo de verdade, ver a rua com mendigos e sujeira, viajar, conhecer lugares novos, pessoas diferentes, aprender a lidar com a diversidade.
É ter amigos que falam a mesma língua, choram e riem pelos mesmos motivos, têm os mesmos ídolos, falam as mesmas besteiras.
É marcar a sessão, combinar uma viagem para conhecer novas pistas, rever os amigos nos campeonatos, pegar carona, manter contato direto com o mundo, sem DDD.
É brincar com um shape, dois eixos, oito rolamentos e quatro rodas. Jogá-lo para cima, deixar cair no chão e torcer para que não saia nenhuma lasca.
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